"ESSÊNCIAS"

Senti um silêncio maior que o silêncio. Meti-me no chuveiro, e aí, sem sneti a vida, chorei por ter nascido. Acusava-me deste sofrimento bizarro, comparável ao sofrimento da fome, do luto, da doença, esistentes por este mundo fora. Revoltei-me.
Eu estava tão semelhante á nudez, que as minhas mãos serviam apenas para cobrir o meu rosto. Mas quem é que não conhece o sentimento do amor, da paixão, do fogo que nos acende a alma? É uma transcendência que nos despersonaliza, que nos transforma, com doçura, na mais íntima pequenez duma partícula algures abstracta, mas que tem berço. O da verdade, o do afecto, até à realização do nosso ser! As minhas forças interiores desvaneciam-se. O meu corpo tremia sem sossego. A água do chuveiro quente embatia no meu corpo e abanava nuvens de fumo. Temos de obedeecer à nossa geração. Aos costumes e à tradição da época, às regras e às leis.

Este é um excerto do meu pequeno ilustre livro que irei publicar mais tarde, pois é "Um romance, que reflecte a sociedade dos nossos dias, a sensibilidade de um profundo amor, envolto de perturbações místicas, um inocente acusado de pedofilia, seduz o leitor, através de um diálogo vivo, uma escrita comovente, ávida até ao fim"